quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

            Com que palavras me queres....
 

Com que palavras me queres
se o teu silêncio me mata?
 
Com que voz insinuas
que o teu corpo é o mar?
 
Com que amor me possuis
se os beijos são roubados?
 
Com que prazer me despes
se não acreditas no amor?
 
Com que música me beijas
se os teus olhos estão tristes?
 
Contigo aprendi o desejo.
 
António Alves
27/02/2014
      Atravessei o mar...
 


Atravessei o mar
e inventei viagens
nos dias da lua…
 
Percorri as águas
e semeei ilusões
 
Regressei sem lugar
abracei a flor renascida
e as palavras perdidas
 
Agora a minha voz
acena de mãos vazias…
 
António Alves
27/02/2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

     Se eu fosse barco...
 


Se fosse um barco
Aportaria o teu rio
ergueria o mastro
navegaria ao sabor da maré.

Na tua enseada
seria hóspede…
Ou somente árvore
no teu leito…

Bem fundo, fundo
todas as madrugadas.

António Alves.
25/02/2014
          Falámos de rosas...


Falámos de rosas

de flores
da natureza
de amores

Falámos de nada
não dissemos
Sentimos

Sei que foram
sonhos

Amei-te...

António Alves
25/02/2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014


    Na coincidência nos encontrámos...


Na coincidência nos encontrámos.
Janelas abertas para o mar,
espelhados na tela,
dois olhos grandes sorriem.

Uma tocha acesa ilumina o quarto,
uma luz suave encha a casa.

Como então continuo a ver-te…
Olhos, boca, seios…
A chama arde na fogueira da alma.

Inseparável de mim o teu sorriso.
Fotografei-te.

António Alves
24/02/2014

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

    E se eu fosse Jornal...


E se eu fosse jornal
letra nas tuas mãos
texto nos teus cabelos
palavras na tua boca

E se me lesses despido
me roubasses a tinta
e me pintasses os dias

A tua boca na minha.

António Alves
21/02/2014
    E se voando sobre o teu corpo




E se voando sobre o teu corpo
te inundasse em beijos de ternura
entrasse nele
e morresse dentro dele…

E se houvesse sempre um recomeço
um novo voo picado.

António Alves
21/02/2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

        A minha boca
        despe o teu peito...



A minha boca
despe o teu peito…

Os meus lábios
sedentos
viajam
no teu rio.

Rendidos
bebem devagar
o segredo e o vício….

António Alves
20/02/2014

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

         No infinito de nós
 

No infinito de nós.
 
Uma criança correndo.
Uma mãe esperando
o filho que retorna
aos seios.
 
A música nascida
do ventre.
 
A saudade doída,
um beijo inacabado.
 
A água nos olhos.
Saudades.
 
António Alves
19/02/2014
      Vê como navego
       no teu rio.....
 

Vê como navego
no teu rio
à descoberta de nós
 
No leme
as minhas mãos
No mastro
uma luz
 
O rio inclinado
para nascente
A nudez das margens
 
O fogo que arde
dentro
 
António Alves
19/02/2014

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

      Beijar-te...
 

Beijar-te…
Beber o sumo
levar-te à boca
morder-te
sentir o cheiro
entrar
abrir a cama
apagar a luz
ressuscitar…

Morrer primeiro
ser deus depois.

António Alves.
18/02/2014
            Rio Liz - Foz
 

Como se não houvesse amanhã

Como se as palavras
fossem punhais

Como se os rios
não corressem para o mar

Como se o teu corpo
não fosse a nascente

A poesia nasce
vive no coração das flores

António Alves
18/02/2014

 


A caneta
as palavras sobre o papel,
as frases,
o poema,
São a casa onde nos encontramos.
 
Para a minha alma
Perfume.
 
António Alves
18/02/2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


     A água cai em torrentes...

A água cai em torrentes
e o vento…
De repente tudo ficou escuro
a luz jaz apagada.
A laranjeira curva-se
ao peso dos frutos.
Está a ficar noite.
( quatro da tarde)
Ao meu redor sombras
de solidão, de saudade.
Sem a tua luz
fico cego de mim e de ti.
 
António Alves
17/02/2014

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


      Uma gaivota...
Uma gaivota…
Sim
Uma gaivota voa
E tinge o céu
Sobre as tuas águas.

És o espelho
dos meus sonhos
Escritos na luz
Que as tuas asas
Inventam.

Como perderíamos
Morrer
Sem nos amarmos
Primeiro…

António Alves
14/02/2014

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014




Respiro o teu corpo
feito mar
Bebo o teu rosto
num voo rasante
de espuma e fogo

Quentes são as areias
onde cansados
repousamos

Fim de tarde
e de loucuras
escritas no azul
das águas….

António Alves
13/02/2014




Quero-te assim
terra e fogo
vulcão
Rio
mar de promessas
Sempre mar
água
O principio de tudo
flor e seiva
estrada
Viagem
que apetece repetir
Contigo.

António Alves
14/04/2013